Mês: agosto 2024

Nur na Escuridão

Nur na escuridão, o décimo oitavo livro do escritor catarinense Salim Miguel, relata a trajetória de uma família de imigrantes libaneses, que veio para o Brasil na década de 20. Embora seja uma obra de ficção, o livro reflete as vivências pessoais do autor, nas quais se baseia para tecer, com a competência de sempre, histórias repletas de lirismo, onde o mar aparece como um dos personagens, voluntarioso e cheio de vontades.

Iniciado em 1994, o livro passou um período engavetado, enquanto o escritor dava sequência a outros projetos literários, ao fim dos quais o retomou. Nur, que em árabe significa luz e liberdade, e também é uma das denominações de Alá. Metade de suas histórias se passa em Biguaçu e Florianópolis. A outra metade passa por outras paragens, entre as quais o Rio de Janeiro, onde começa a saga dos libaneses que vieram para Santa Catarina, num período em que o Brasil vivia a ascensão de Getúlio Vargas.

O livro conquistou alguns importantes prêmios literários do país, entre os quais o da Associação de Críticos de Arte de São Paulo, logo após seu lançamento, ainda em 1999, e o prêmio Zaffari & Bourbon da 7ª Jornada de Literatura de Passo Fundo, que dividiu com o baiano Antonio Torres.

“Nur na Escuridão” (Editora Top Books, 258 páginas), de Salim Miguel

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A jornada de um escritor iniciante

A intenção de me tornar um escritor surgiu há muito tempo, quando venci um concurso de redação no terceiro ano primário. Hoje não sei como se chama esse período escolar, mas eu tinha nove anos, na época. O prêmio foi um exemplar de 20.000 Léguas Submarinas, de Júlio Verne. Eu já tinha lido, mas foi legal ganhar. Mais que o prêmio, fiquei realmente feliz em perceber o silêncio na sala de aula, enquanto minha redação era lida pela professora. Foi aí que descobri que sabia contar histórias. Ou, pelo menos, pensei que sabia.  Contudo, A decisão de me tornar escritor não veio assim, tão de repente. Ela foi se formando aos poucos em minha mente, ao longo dos anos.

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